Dicas para evitar o Afogamento Infantil
Em segundo lugar nas estatísticas, o afogamento infantil só perde para acidentes de trânsito quando o assunto é mortalidade infantil.
No Brasil, a cada ano perdemos mais de 1100 crianças por afogamento.
É a primeira causa de morte entre crianças entre 1 a 4 anos.
25% das mortes ocorrem por queda em baldes, vaso sanitário, caixa de reserva de água e outros volumes menores de água.
São Paulo contabilizou 22 mortes de crianças de zero a sete anos em afogamentos domésticos em 2014. A maioria ocorreu nos quintais (13 casos) e banheiros (4).
A boa notícia é que podemos prevenir esses acidentes e em alguns casos, até reverter as sequelas causadas por este acidente.
Sabe o excesso de cuidado? Ás vezes pode ser o que vai salvar uma criança em um acidente assim.
Pensa na cena: Seu filho brincando na bacia de água e o telefone toca. No meio da ligação o interfone também toca. Ali se passam 3 minutos até que você volte a olhar seu filho.
3 minutos são o suficiente para sequelas irreversíveis e até mesmo uma criança entrar em óbito ao se afogar.
Ou o seu filho de 14 anos vai para o fundo do mar, porque afinal de contas ele é grande e está acostumado a entrar no mar sozinho desde pequeno. Mas ele acaba se encontrando com uma água viva e se afoga...
Aproximadamente 300 crianças de 10 a 14 anos se afogam no mar todos os anos no Brasil.
Em São Paulo, após o início da crise hídrica, a morte de crianças por afogamento aumentou devido ao estocamento de água em reservatórios fundos e no chão.
O zelo e o cuidado são os fatores principais para tentar evitar esses acidentes.
Nenhum acidente é inevitável, mas pode ter os riscos reduzidos se o cuidado for constante.
As férias são os maiores vilões e os maiores aliados destes acidentes.
Os pais estão mais relaxados e a criançada está com todo o vapor para aproveitar e descobrir novas coisas.
Mesmo havendo registro de afogamento em todos os meses do ano, Junho, Julho e Agosto são os meses que possuem maior registro de afogamento infantil.
Imagine outra cena: Você tira seu filho da piscina e retira as boias dele para pegar a toalha.
Quando você se vira para pegar a toalha, seu filho corre para a piscina.
Ou então, ele senta na beirada para bater os pés e se desequilibra.
10 segundos são o suficiente para que a água alcance o pulmão da criança,
O primeiro dia de férias e o final da tarde são os momentos em que ocorrem mais afogamentos.
A supervisão de adultos é indispensável para a segurança de uma criança.
O excesso de preocupação neste caso pode evitar acidentes fatais.
A Ong Criança Segura preparou uma "cartilha" de dicas que podem nos ajudar a conhecer os cuidados ideias em nossas casas.
Como proteger a criança de um afogamento
• Esvazie baldes, banheiras e piscinas infantis depois do uso e guarde-os sempre virados para baixo e longe do alcance das crianças;
• Mantenha baldes com água no alto, longe do alcance das crianças;
• Conserve a tampa do vaso sanitário fechada, se possível lacrada com algum dispositivo de segurança “à prova de criança” ou mantenha a porta do banheiro trancada;
• Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos trancados ou com alguma proteção que não permita “mergulhos”;
• Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava de segurança que dificultem o acesso dos pequenos;
• Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes. Esses recursos devem ser usados em conjunto com as cercas e a constante supervisão dos adultos;
• Grande parte dos afogamentos com bebês acontece em banheiras. Na faixa etária até dois anos, até vasos sanitários e baldes podem ser perigosos. Nunca deixe as crianças, sem vigilância, próximas a pias, vasos sanitários, banheiras, baldes e recipientes com água;
• Evite brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;
• Saiba quais amigos ou vizinhos têm piscina em casa e quando levar a criança para visitá-los, certifique-se de que será supervisionada por um adulto enquanto brinca na água;
• Boias e outros equipamentos infláveis passam uma falsa segurança. Eles podem estourar, virar a qualquer momento e ser levados pela correnteza. O ideal é que a criança use sempre um colete salva-vidas quando estiver em embarcações, próxima a rios, represas, mares, lagos e piscinas, e quando estiver praticando esportes aquáticos;
• Crianças devem aprender a nadar com instrutores qualificados ou em escolas de natação especializadas. Se os pais ou responsáveis não sabem nadar, devem aprender também;
• Muitos casos de afogamentos aconteceram com pessoas que achavam que sabiam nadar. Não superestime a habilidade de crianças e adolescentes;
• No mar, a vala aparenta uma falsa calmaria, mas representa o local de maior correnteza que leva para o alto mar. Ensine a criança a nadar transversalmente à vala até conseguir escapar ou a pedir socorro imediatamente;
• O rápido socorro é fundamental para o salvamento da criança que se afoga, pois a morte por asfixia pode ocorrer em apenas 5 minutos. Por isso é tão importante que pais, responsáveis, educadores e outras pessoas que cuidam de crianças aprendam técnicas de primeiros socorros;
• Tenha um telefone próximo à área de lazer e o número do atendimento de emergência (SAMU: 192 e Corpo de Bombeiros: 193).
Ensine a criança:
• Sempre nadar com um companheiro. Nadar sozinho é muito perigoso;
• Respeitar as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e verificar as condições das águas abertas;
• Não brincar de empurrar, dar “caldo” dentro da água ou simular que está se afogando;
• Saber ligar para um número de emergência e passar as informações de localização e do que está acontecendo em caso de perigo.
Saiba mais:
Algumas características do desenvolvimento contribuem para que crianças pequenas fiquem mais vulneráveis a afogamentos.
• Diferentemente dos adultos, as partes mais pesadas do corpo da criança pequena são a cabeça e os membros superiores. Por isso, elas perdem facilmente o equilíbrio ao se inclinarem para frente e consequentemente podem se afogar em baldes ou vasos sanitários;
• O processo de afogamento é acelerado pela pequena massa corporal da criança;
• As crianças não têm maturidade, nem experiência para sair de uma situação de emergência;
• Boa parte das crianças que se afogam em piscinas está em casa sob o cuidado dos responsáveis. Um mero descuido basta para que um afogamento ocorra.
“Prevenção é melhor que qualquer vacina”, alerta a Dra. Simone Abib, cirurgiã pediatra e presidente do Conselho da CRIANÇA SEGURA.
Outra boa dica para evitar riscos é ensinar os pequenos sobre as condutas de segurança e ser o exemplo. Nós somos os modelos para nossos filhos.